quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Love Me When I'm Gone

Não tínhamos discutido mas o ambiente entre nós estava deveras diferente. Foi a primeira vez que tal coisa aconteceu e como tal estávamos perdidos. Não sabíamos como era, como deveria ser e o que sentir.
Ficámos pouco mais de três ou quatro longos dias sem nos olhar-mos, sem trocar uma carícia ou um sussurro qualquer com repulsa que ardia na pele e uma febril cobiça de corpos.
Sem distribuir vida nem brilho, com passos pesados de pássaro agora sem asas, caminhava eu pelos corredores como um fantasma. Era tudo tão cinzento, tão negro, tão escuro. Sentia o meu mundo, cada vez que o admirava de longe, a desvanecer. Tudo desaparecia e a minha cabeça enchia-se de tal maneira de sentimentos que os meus olhos quase cegavam de lágrimas. Já com ele não era bem assim. Não sabia o que sentia, se indiferença ou algum certo golpe de dor. Imaginava mil e uma vezes como seria se ele tivesse feito as coisas como eu desejaria que fossem feitas, de como feliz me poderia fazer com apenas um abraço mudo.
As noites eram sem dúvidas as mais difíceis, quando o mundo inteiro se colocava em silêncio e eu apenas podia ouvir o choro do meu coração a implorar para que tudo ficasse bem. 
E realmente ficou, não da maneira que queria mas da maneira como deveria ser. Foi assim que todas as paredes de afastamento ruíram para dar espaço ao silêncio e aos pensamentos que vagueavam soltos, livres.